sábado, 20 de abril de 2013

Antiviral o Mais Novo Filme de Brandon Cronenberg.

Na sátira futurista e sombria de Brandon Cronenberg, 'Antiviral', o tempo em que as celebridades davam autógrafos há muito não existe mais. Inspirado num sonho que teve durante uma gripe forte, em 2004, o primeiro longa de Cronenberg mergulha o público num mundo que adoece por causa do vício nas celebridades. Nesse universo bizarro, fãs pagam milhões de dólares para serem infectados com vírus colhidos de astros doentes ‒ e fazem de tudo para possuir a carne clonada dos ricos e famosos e interagir mais 'intimamente' com os heróis de Hollywood.
Por mais estarrecedor que pareça, esse laboratório de perversidade faz todo o sentido do mundo para o filho de 33 anos do aclamado cineasta David Cronenberg – o homem responsável por clássicos como 'Videodrome - A Síndrome do Vídeo', 'Scanners - Sua Mente Pode Destruir' e 'Calafrios'.
'Depois de ter esse sonho febril, fiquei obcecado com a ideia de que alguma coisa do corpo de outra pessoa tinha se instalado dentro de mim e estava me deixando doente', disse Cronenberg no Festival de Cinema de Toronto de 2012. 'Quanto mais eu pensava sobre essa intimidade biológica estranha que compartilhamos quando adoecemos, mais eu sabia que tinha encontrado uma metáfora que podia usar para discutir os custos sociais e morais da idolatria às celebridades ao extremo – até ao ponto de ser grotesca e perigosa.'
Por mais estranha que seja, a fascinante história de Cronenberg se concentra em Syd March (o astro de 'X-Men: Primeira Classe', Caleb Landry Jones), funcionário de uma clínica que passa os dias comprando lotes de vírus de celebridades doentes para injetá-los nos clientes.
'Não estou querendo prever o apocalipse; além do mais, se o pessoal quiser o meu DNA um dia, maravilha. Dou até de graça', brinca Cronenberg. 'Só estou levando essa mania de hoje de 'entrar' no mundo dos famosos um pouco mais além.'
Para reforçar o salário que ganha na clínica, March contrabandeia os vírus no próprio corpo para vendê-los no mercado negro. O plano, além de dar certo, se mostra lucrativo para todos os envolvidos ‒ mas tudo muda depois que ele se injeta uma versão rara que acaba matando a nova queridinha de Hollywood (Sarah Gadon).
A versão final – seis minutos mais curta do que a exibida no Festival de Cannes 2012 – é uma explosão visceral, muitas vezes nojenta, de visões, sons e imaginação. De fato, alguns críticos compararam 'Antiviral' aos primeiros filmes do Cronenberg pai ‒ detalhe com o qual o Cronenberg filho não concorda.
'Meu pai fez filmes incríveis e até entendo quem diga que a fruta não caiu longe da árvore, mas acho que o meu trabalho foi influenciado por outras pessoas: Saul Bellow, Kurt Vonnegut, Franz Kafka. Não apostei no cinema para ser cópia carbono do meu pai', diz ele.
Quando jovem, em Toronto, Cronenberg não se interessava por filmes. 'Durante muito tempo nem pensei no assunto', confessa ele. Desde o fim da adolescência e até os vinte e poucos, ele escrevia e estudava Filosofia e artes visuais, mas ainda sentia que faltava alguma coisa.
'Em termos criativos, minha vida era muito dispersa', conta. 'Não sabia bem o que queria fazer e estava chegando numa idade em que precisava tomar decisões e arrumar um emprego.'
Em 2004, aos 24 anos, Cronenberg se matriculou no curso de cinema da Universidade Ryerson, em Toronto, e começou a se aprofundar na forma de arte que tinha desprezado a vida inteira.
'Em vez de continuar fugindo, finalmente percebi que o cinema poderia reunir todos os meus interesses criativos de uma forma totalmente nova ‒ e é claro que eu não ia perder essa chance só por causa das ideias preconcebidas dos algumas pessoas sobre mim', declara.
Ainda assim, o cineasta é grato pelas lições que aprendeu vendo o pai construir a própria carreira.
'Nada me surpreende nessa indústria. Há muitos altos e baixos. A única coisa que me espantou foi a facilidade com que consegui concluir o primeiro filme. Não sei como será o próximo, mas sinceramente espero dar a mesma sorte', conclui ele.

Fonte:msn.com.br

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